Gregório Nazianzeno
Gregório Nazianzeno nasceu em Nazianzo (atual
Aksaray), onde seu pai era bispo, em 329 e morreu por volta de 391. Sua mãe
Nona o influenciou em sua conversão ao cristianismo.
A despeito da insistência de Basílio e até de
algumas tentativas de manipulá-lo, Gregório resistiu ao apelo do monasticismo,
provavelmente devido a alguma atração romântica. Naquela época e lugar os
sacerdotes e bispos podiam casar-se; os monges, não. Essa continua sendo a
regra no cristianismo ortodoxo oriental.
Por fim, Basílio conseguiu persuadir Gregório a
aceitar o cargo de bispo na pequena sé de Sásima, na Capadócia, sob suas
ordens. O que quase arruinou a amizade entre eles, porque Gregório não gostava
dos trabalhos administrativos exigidos de um bispo e ansiava por uma vida singela
como um pároco local. Era completamente ascético, embora sem votos monásticos e
negligenciasse as necessidades do corpo.
Apesar de tudo, conquistou a reputação de grande
defensor e explanador na ortodoxia trinitária contra todos os tipos de
heresias, por causa de escritos como “Discursos teológicos”. Esses foram
pregados pela primeira vez em forma de sermão em Constantinopla, depois de o imperador
Teodósio tê-lo enviado para lá em 380.
Seus sermões e cinco livros baseados neles constituem
um resumo brilhante da ortodoxia trinitária que estava começando a ser aceita.
Argumentavam contra os arianos e abriram caminho para o Concílio de
Constantinopla, que estava para acontecer.
Quando o imperador Teodósio convocou formalmente o
segundo concílio ecumênico de Constantinopla em 381, o nomeou como patriarca da
cidade e pediu que presidisse o concílio. Essas honrarias imediatamente
lançaram Gregório, que era relativamente acanhado e humilde, a uma posição de
destaque que não desejava e com a qual não soube lidar.
Depois de uma breve tentativa de servir da melhor
maneira possível, Gregório pediu demissão dos dois cargos e retirou-se para sua
cidade natal, onde permaneceu na obscuridade até a morte.
Não se conhece a causa de sua aposentadoria precoce
e inesperada, mas é possível que sua vida tenha sido ameaçada e provavelmente
teve a ver com as grandes rixas políticas por causa da sua nomeação para o patriarcado
de Constantinopla e para a presidência do concílio.
Bispos arianos e outros oponentes da ortodoxia
acusaram-no falsamente de atos ilegais e de improbidade. Um crente menos
sensível poderia ter resistido pacientemente, mas Gregório encolheu-se sob as
críticas até desvanecer.
Por causa da obra “Discursos teológicos” e
de suas contribuições ao Concílio de Constantinopla, Gregório Nazianzeno
tornou-se conhecido na história da igreja simplesmente por “O Teólogo”.
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito
precede a queda. Melhor é ser humilde de espírito com os mansos, do que repartir
o despojo com os soberbos” (Pv 16:18-19).
Que o Senhor nos abençoe e nos
guarde.
Monteiro
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