HISTÓRIA DA TEOLOGIA CRISTÃ - Parte 46

Gregório Nazianzeno

Gregório Nazianzeno nasceu em Nazianzo (atual Aksaray), onde seu pai era bispo, em 329 e morreu por volta de 391. Sua mãe Nona o influenciou em sua conversão ao cristianismo.

A despeito da insistência de Basílio e até de algumas tentativas de manipulá-lo, Gregório resistiu ao apelo do monasticismo, provavelmente devido a alguma atração romântica. Naquela época e lugar os sacerdotes e bispos podiam casar-se; os monges, não. Essa continua sendo a regra no cristianismo ortodoxo oriental.

Por fim, Basílio conseguiu persuadir Gregório a aceitar o cargo de bispo na pequena sé de Sásima, na Capadócia, sob suas ordens. O que quase arruinou a amizade entre eles, porque Gregório não gostava dos trabalhos administrativos exigidos de um bispo e ansiava por uma vida singela como um pároco local. Era completamente ascético, embora sem votos monásticos e negligenciasse as necessidades do corpo.

Apesar de tudo, conquistou a reputação de grande defensor e explanador na ortodoxia trinitária contra todos os tipos de heresias, por causa de escritos como “Discursos teológicos”. Esses foram pregados pela primeira vez em forma de sermão em Constantinopla, depois de o imperador Teodósio tê-lo enviado para lá em 380.

Seus sermões e cinco livros baseados neles constituem um resumo brilhante da ortodoxia trinitária que estava começando a ser aceita. Argumentavam contra os arianos e abriram caminho para o Concílio de Constantinopla, que estava para acontecer.

Quando o imperador Teodósio convocou formalmente o segundo concílio ecumênico de Constantinopla em 381, o nomeou como patriarca da cidade e pediu que presidisse o concílio. Essas honrarias imediatamente lançaram Gregório, que era relativamente acanhado e humilde, a uma posição de destaque que não desejava e com a qual não soube lidar.

Depois de uma breve tentativa de servir da melhor maneira possível, Gregório pediu demissão dos dois cargos e retirou-se para sua cidade natal, onde permaneceu na obscuridade até a morte.

Não se conhece a causa de sua aposentadoria precoce e inesperada, mas é possível que sua vida tenha sido ameaçada e provavelmente teve a ver com as grandes rixas políticas por causa da sua nomeação para o patriarcado de Constantinopla e para a presidência do concílio.

Bispos arianos e outros oponentes da ortodoxia acusaram-no falsamente de atos ilegais e de improbidade. Um crente menos sensível poderia ter resistido pacientemente, mas Gregório encolheu-se sob as críticas até desvanecer.

Por causa da obra “Discursos teológicos” e de suas contribuições ao Concílio de Constantinopla, Gregório Nazianzeno tornou-se conhecido na história da igreja simplesmente por “O Teólogo”.

“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda. Melhor é ser humilde de espírito com os mansos, do que repartir o despojo com os soberbos” (Pv 16:18-19).

Que o Senhor nos abençoe e nos guarde.
Monteiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Mensagens populares

SEGUIDORES

Total de visualizações