Basílio de Cesaréia
Basílio, um dos pais capadócios, nasceu por volta
de 330, numa família cristã abastada da Capadócia e morreu em 377 ou 379. Foi
educado principalmente por sua avó piedosa, Macrina, cujo nome também foi dado
à sua irmã. Essa irmã de Basílio adotou, desde jovem, a vida monástica e
exortou Basílio e seu irmão mais jovem, Gregório, a tomar os votos monásticos.
Basílio e Gregório atribuíram à irmã muito crédito
pela influência espiritual que ela tinha sobre eles. Antes de entrar no
mosteiro, Basílio frequentou a melhor escola de cultura e filosofia gregas que
existia no mundo, em Atenas. Ali conheceu e tornou-se eterno amigo de Gregório
Nazianzeno, que era da mesma idade que ele e também vinha de uma família
abastada da Capadócia. Com eles, na academia platônica, havia um futuro
imperador, Juliano, que virou as costas ao cristianismo e, durante seu breve
reinado (361-363) tentou reconduzir o império ao paganismo.
Basílio foi batizado e ordenado no mesmo ano, em 357.
Pouco depois, começou a visitar os monges e freiras eremitas nas cavernas e
pequenos mosteiros do ermo da Capadócia. Influenciado pela irmã, renunciou à
riqueza da família e à herança a que tinha direito como primogênito e fundou o
próprio mosteiro. A vida de ascetismo extremo contribuiu tanto para sua fraca
saúde quanto para sua reputação pela grandeza espiritual.
Foi nomeado sucessor do bispo Eusébio de Cesaréia, quando
este veio a falecer em 370, tornando-se arcebispo de várias sés menores. Uma de
suas principais preocupações, como bispo, era frustrar as influências do
arianismo e do sabelianismo. Antes mesmo de se tornar arcebispo, escreveu uma
obra importante de crítica ao arianismo, em cinco volumes, intitulada “Contra Eunômio”.
Além dos esforços teológicos em favor da ortodoxia
nicena, foi um excelente administrador eclesiástico, grande líder monástico e
conselheiro espiritual capaz. Viajou grandes distâncias no império do oriente e
escreveu numerosas epístolas a bispos, imperadores e presbíteros, tentando
persuadi-los, ou até mesmo coagi-los, a rejeitarem a heresia e aceitarem a ortodoxia
conforme ele a entendia.
Trabalhou incansavelmente a fim de levar a efeito
um novo concílio ecumênico que ratificasse os atos de Nicéia e colocasse ponto
final na heresia ariana e nas rixas que ela causara. Com esse propósito, nomeou
bispos de sua confiança, e dois dos convocados para esse auxílio foram o seu
amigo Gregório Nazianzeno e seu próprio irmão caçula, Gregório de Nissa. Nenhum
deles se distinguiu como um grande bispo da mesma forma que Basílio, mas ambos
ajudaram a influenciar a cristandade em direção à adoção final e formal da
ortodoxia trinitária.
Uma das obras teológicas mais importantes de
Basílio é “Do Espírito Santo”,
que escreveu por volta de 375. Foi o primeiro tratado inteiro sobre o Espírito
Santo. Influenciou grandemente a posterior revisão do Credo de Nicéia para incluir mais a esse respeito.
Considerou esse tema muito importante porque em
toda controvérsia a respeito do relacionamento do Filho com o pai, o Espírito foi
desconsiderado, ou mesmo esquecido. Além disso, certos bispos, negando a
igualdade do Espírito com o Pai e o Filho, adotaram um tipo de
subordinacionismo, chamado “pneumatomaquismo”, uma “duidade” em vez de Trindade.
Para eles, o Espírito Santo era simplesmente uma força criada, ou poder do Pai,
enviado ao mundo por meio do Filho.
Basílio estudou a fundo as Escrituras para estabelecer
a terceira pessoa distinta (hypostasis) como “verdadeiramente Deus” e
tendo igualdade com o Pai e o Filho.
“Portanto, eu vos digo: todo o pecado e blasfêmia
se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos
homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á
perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem
neste século nem no futuro” (Mt 12:31-32). (Gerou dúvidas? Então CLICK AQUI)
Que o Senhor nos abençoe e nos
guarde.
Monteiro
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