CIÊNCIA DA RELIGIÃO X TEOLOGIA


Você deve estar questionando: este não é um blog de mensagens edificantes, então por que um tema complexo como este? Quem desejaria saber a diferença entre um cientista da religião e um teólogo? Respondemos que conhecimento não ocupa espaço, e quanto mais uma pessoa souber sobre tudo aquilo que envolve o seu mundo, mais ela terá a oportunidade de ser mais edificada.

Consideramos esta mensagem profícua em razão de que muita gente pensa que um teólogo não pode ser uma pessoa espiritual. Esta é uma ideia totalmente equivocada; muitos líderes religiosos sabem disso, mas nem todos fazem questão de esclarecer, inclusive alguns citam a palavra “teólogo” com certo desdém, talvez por falta de entendimento ou outros motivos que não merecem destaque.

A parte mais interessante desta mensagem será compreendida no final, depois que você tiver entendido tudo. Lembro que as mensagens postadas neste site são curtas e incompletas, se você desejar saber mais, entre em contato ou faça seu comentário no local para isso reservado.

A Ciência da Religião é investigativa, é empírica, busca conhecer os fatos, age na neutralidade e pela razão, não deve se emocionar com suas descobertas, seus objetivos são abrangentes e profundos, embora, como toda ciência, tenha necessidade de delimitação da pesquisa; enquanto que a Teologia busca conhecimento aprimorado de uma religião em particular, sem desprezar as demais, pois as outras servem de elemento comparativo para tudo aquilo em que o teólogo crê e procura conhecer, suas investigações são mais delimitadas, por assim dizer.

O cientista religioso mantém inter-relações entre as diversas religiões e outras ciências, para melhor poder fazer suas especulações, comprovações e análises científicas do fenômeno religioso de sua busca e de seu interesse. O teólogo também deve cultivar relações com as demais religiões e áreas do conhecimento, pode fazer esse intercâmbio, a título de aprimoramento e progresso de suas ideias e análises, mas este normalmente não esconde sua tendência apologética, pois está envolvido emocionalmente com sua própria religião, o que não acontece com o cientista da religião, uma vez que este deve portar-se com indiferença e imparcialidade, características indispensáveis aos cientistas.

Uma forma de tentar reconciliar as teorias funcionalistas com as fenomenológicas encontradas por alguns cientistas foi justamente acabar com a neutralidade, pois segundo explicam, para que uma análise seja verdadeira e sincera, é imprescindível que o cientista viva de fato a religião que ele está pesquisando, ele deve ter primeiro uma experiência religiosa para só depois poder relatar sua funcionalidade. Esta é uma ideia não muito aceita pelos adeptos do funcionalismo e do reducionismo.

A Ciência da Religião procura analisar os elementos comuns e os que mais se destacam nas diversas religiões, isto é, analisa sistemática e criteriosamente fatos, costumes, ritos, doutrinas, normas, origens, regularidades, diferenças, similaridades, complexidades etc., tudo aquilo que merece ser investigado, como fenômenos religiosos e antropológicos. A Teologia não possui tais metas como fim primeiro, no entanto, um bom teólogo pode agir como um cientista, caso tenha os recursos necessários; afinal, a Teologia pode ter como missão a proposição, elaboração e formulação de normas e “verdades” a serem seguidas em sua própria religião, de modo sistemático.

Ambas necessitam e trabalham com ciências ditas auxiliares, tais como, a filosofia, a antropologia, a sociologia, a história, a psicologia, a arqueologia... A Ciência da Religião não questiona a verdade nem a qualidade das religiões, pois seu interesse não é pela fé e sim pelo conhecimento. É provável que haja teólogo que não tenha compromisso com a religião que estuda e professa, que a defende por interesses alheios à fé, assim como há crentes descompromissados, frequentadores por conveniência. São as variantes dos caracteres imprevisíveis dos seres humanos.

Infelizmente, para fins apologéticos ou para manter a hegemonia do cristianismo, houve inicialmente interesses obscuros na investigação internacional das diversas religiões: alguns cientistas “cristãos romanos” destruíram documentos importantes na tentativa de esconder o que havia de melhor nas outras religiões. Sabe-se, porém, que Deus não precisa disso, Ele não aprova a prática de tais subterfúgios. Muitos podem relativizar o que bem entenderem, todavia, em relação à Verdade ninguém pode ser indiferente. “Eu Sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida, ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6).

Que Deus nos abençoe.

Monteiro

2 comentários:

Mensagens populares

SEGUIDORES

Total de visualizações