Concílios Ecumênicos
O primeiro concílio, o de Nicéia, foi universal. O fato de terem
comparecido apenas 318, de aproximadamente 500 bispos, não invalidava essa
universalidade. Todos eram bem-vindos e Constantino lhes garantiu despesas
pagas e proteção. Depois do Concílio de Nicéia, outros foram convocados por
imperadores, mas foram repudiados por estes e por líderes eclesiásticos,
porque, de modo geral, eram antitrinitários.
Em Calcedônia (451) foi decidido que o Concílio de Nicéia e o de
Constantinopla (381) foram realmente os dois primeiros concílios ecumênicos, de
modo que os vários outros estavam excluídos. O terceiro foi realizado em Éfeso
em 431. Não chegou a promulgar um credo, mas tomou algumas decisões importantes
a respeito de heresias sobre a pessoa de Jesus Cristo. Foi decidido no Concílio
de Calcedônia que este seria o quarto concílio ecumênico, o qual declarou
autorizado e obrigatório o “Credo de Nicéia” para todos os clérigos no império
inteiro.
Os concílios ecumênicos considerados dotados de autoridade
especial, mesmo pelos protestantes, são: Nicéia I (325), Constantinopla I
(381), Éfeso I (431), e Calcedônia (451). O processo de governar a igreja no
assunto da doutrina era uma extensão lógica da eclesiologia de Cipriano. Este
havia vislumbrado sínodos de bispos governando os assuntos da igreja.
A convocação de concílios ecumênicos para tomar decisões
teológicas importantes continuou, mas há pouco acordo bilateral a respeito dos
concílios posteriores. As igrejas Ortodoxas Orientais reconhecem apenas sete,
embora haja polêmica entre seus líderes a respeito do sétimo. A Igreja Católica
Romana reconhece vinte e um, o mais recente é o Vaticano II, realizado nos anos
de 1962 a 1965. As denominações protestantes magisteriais reconhecem os quatro
primeiros e mesmo esses são considerados inferiores às Escrituras.
Muitas denominações e tradições protestantes não magisteriais
prestam pouca, ou nenhuma, atenção a esses concílios. Numerosas denominações
sem credos a não ser a “Bíblia somente”, rejeitam completamente a ideia de
concílios ecumênicos convocados e presididos por imperadores, considerando-os
um sintoma do constantinismo, a doença de permitir que governantes seculares e
pagãos dominem a vida da igreja e se intrometam na interpretação bíblica e
teológica. Essas denominações consideram que a igreja se desviou de sua
verdadeira natureza em algum momento dos primeiros séculos.
Muitos protestantes concordam com a doutrina da Trindade, mas argumentam
que não é necessário confessar a linguagem metafísica dos credos por se acharem
nas Escrituras. A maioria acha necessário formular suas declarações de fé que
resumam as doutrinas essenciais para se resguardar das heresias. No geral
contém as doutrinas do Credo de Nicéia. Mesmo assim, os protestantes argumentam
que todas as declarações de fé elaboradas por seres humanos podem ser revisadas
à luz das Escrituras.
Poucas denominações se recusam a aceitar qualquer declaração
formal de fé. Com isso, às vezes, o resultado é o caos doutrinário. A maioria
dos teólogos protestantes reconhece a importância das decisões tomadas nos
quatro primeiros concílios ecumênicos.
O resultado do primeiro concílio, realizado pelos próprios
apóstolos: “Para que o restante dos homens busque ao Senhor, e todos os
gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas
estas coisas, conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas
obras. Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que
se convertem a Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos
ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue” (At 15:17-20).
Que o Senhor nos abençoe e nos
guarde.
Monteiro
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