HISTÓRIA DA TEOLOGIA CRISTÃ - Parte 37



Concílios Ecumênicos

O primeiro concílio, o de Nicéia, foi universal. O fato de terem comparecido apenas 318, de aproximadamente 500 bispos, não invalidava essa universalidade. Todos eram bem-vindos e Constantino lhes garantiu despesas pagas e proteção. Depois do Concílio de Nicéia, outros foram convocados por imperadores, mas foram repudiados por estes e por líderes eclesiásticos, porque, de modo geral, eram antitrinitários.

Em Calcedônia (451) foi decidido que o Concílio de Nicéia e o de Constantinopla (381) foram realmente os dois primeiros concílios ecumênicos, de modo que os vários outros estavam excluídos. O terceiro foi realizado em Éfeso em 431. Não chegou a promulgar um credo, mas tomou algumas decisões importantes a respeito de heresias sobre a pessoa de Jesus Cristo. Foi decidido no Concílio de Calcedônia que este seria o quarto concílio ecumênico, o qual declarou autorizado e obrigatório o “Credo de Nicéia” para todos os clérigos no império inteiro.

Os concílios ecumênicos considerados dotados de autoridade especial, mesmo pelos protestantes, são: Nicéia I (325), Constantinopla I (381), Éfeso I (431), e Calcedônia (451). O processo de governar a igreja no assunto da doutrina era uma extensão lógica da eclesiologia de Cipriano. Este havia vislumbrado sínodos de bispos governando os assuntos da igreja.

A convocação de concílios ecumênicos para tomar decisões teológicas importantes continuou, mas há pouco acordo bilateral a respeito dos concílios posteriores. As igrejas Ortodoxas Orientais reconhecem apenas sete, embora haja polêmica entre seus líderes a respeito do sétimo. A Igreja Católica Romana reconhece vinte e um, o mais recente é o Vaticano II, realizado nos anos de 1962 a 1965. As denominações protestantes magisteriais reconhecem os quatro primeiros e mesmo esses são considerados inferiores às Escrituras.

Muitas denominações e tradições protestantes não magisteriais prestam pouca, ou nenhuma, atenção a esses concílios. Numerosas denominações sem credos a não ser a “Bíblia somente”, rejeitam completamente a ideia de concílios ecumênicos convocados e presididos por imperadores, considerando-os um sintoma do constantinismo, a doença de permitir que governantes seculares e pagãos dominem a vida da igreja e se intrometam na interpretação bíblica e teológica. Essas denominações consideram que a igreja se desviou de sua verdadeira natureza em algum momento dos primeiros séculos.

Muitos protestantes concordam com a doutrina da Trindade, mas argumentam que não é necessário confessar a linguagem metafísica dos credos por se acharem nas Escrituras. A maioria acha necessário formular suas declarações de fé que resumam as doutrinas essenciais para se resguardar das heresias. No geral contém as doutrinas do Credo de Nicéia. Mesmo assim, os protestantes argumentam que todas as declarações de fé elaboradas por seres humanos podem ser revisadas à luz das Escrituras.

Poucas denominações se recusam a aceitar qualquer declaração formal de fé. Com isso, às vezes, o resultado é o caos doutrinário. A maioria dos teólogos protestantes reconhece a importância das decisões tomadas nos quatro primeiros concílios ecumênicos.

O resultado do primeiro concílio, realizado pelos próprios apóstolos: “Para que o restante dos homens busque ao Senhor, e todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas estas coisas, conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras. Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue” (At 15:17-20).

Que o Senhor nos abençoe e nos guarde.
Monteiro

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