“Os
sacramentos são dados como testemunho público da graça que está previamente
presente em todo indivíduo. Assim, o batismo é administrado na presença da
igreja àquele que, antes de recebê-lo, confessou a religião de Cristo ou tem a
palavra da promessa, pela qual se sabe que pertence a igreja. É por isso que,
quando batizamos um adulto, perguntamos se ele crê. E apenas se ele responder
‘sim’ é que recebe o batismo.
A
fé, portanto, não é concedida pelo batismo, ela já estava presente antes de ele
ser batizado. Mas quando uma criança se apresenta, pergunta-se se os pais dela
a oferecem para o batismo. Quando respondem, na presença de testemunhas, que
querem que ela seja batizada, então a criança é batizada. Nesse caso, prevalece
a promessa de Deus que considera que as nossas crianças, assim como as dos
hebreus, pertencem à igreja.
Quando,
portanto, os membros da igreja apresentam a criança, ela é batizada, por nascer
de pais cristãos, e é considerada, segundo a promessa e a lei divina, membro da
igreja. Logo, pelo batismo, a igreja recebe publicamente quem já tinha sido
recebido mediante a graça.
Portanto,
o batismo não transmite graça, mas a igreja confirma que a graça foi outorgada
à pessoa que recebeu o batismo”.
O
texto acima foi extraído do livro “História da Teologia Cristã” de Roger Olson,
páginas 415-416 (OLSON, Roger. História da Teologia Cristã: 2.000 anos de
Tradição e Reformas. São Paulo: Vida, 2001, p. 415). Segundo Olson,
Zuínglio foi um dos principais reformadores da igreja ao lado de Lutero, foi
ofuscado, porém, por Calvino, em razão de que este organizou sistematicamente
os pensamentos daqueles. Lógico que Calvino aproveitou o que
havia de melhor e rejeitou o que havia de pior na teologia de ambos.
Zuínglio
equiparava o batismo à circuncisão na antiga aliança entre Deus e o povo de
Israel. O batismo é uma cerimônia de iniciação do povo de Deus segundo a nova
aliança com Cristo. É simplesmente o sinal e o selo da eleição e da inclusão no
reino de Deus, como a circuncisão o era no Antigo Testamento. As crianças que
nascem de pais cristãos simplesmente já estão na aliança com Deus como parte de
seu povo eleito.
O
ensinamento principal que devemos tirar desse texto, além de confirmar que os
nossos filhos são heranças de Deus (Salmos 127:3), é que não importa se a
igreja que você frequenta batiza ou não as crianças. A salvação delas independe
desse cerimonial, uma vez que elas já estão incluídas no reino de Deus simplesmente
por nascerem de pais cristãos.
Embora
não devamos aceitar na íntegra tudo que esses reformadores reflexionaram, há,
entretanto, para aqueles que têm dúvidas e para aqueles que ainda não fizeram
aliança com Deus uma séria preocupação: Zuínglio não tem plena certeza se as
crianças que nascem de pais não cristãos herdarão a salvação, pelo fato de não
terem alcançado ainda a idade da razão. Portanto, se quisermos garantir a
salvação de nossos filhos, faz-se necessário primeiro garantir a nossa.
Por
experiência pessoal, posso aconselhar: apresente seu filho na igreja evangélica
que você mais simpatiza, uma que pregue exclusivamente a salvação por
intermédio da fé em Cristo Jesus. Depois disso você poderá descansar e confiar
em Deus, que Ele sabe o que fazer.
Que
o Senhor nos abençoe e nos guarde.
Monteiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário