Outro dia eu
li na internet um texto (não lembro o seu autor) que dizia mais ou menos assim:
“Já passou
da hora, de nós evangélicos, pararmos com essa história de ver pecado em tudo.
Existe muita hipocrisia e falsa santidade no nosso meio. Eu creio que o pecado
está naquilo que você faz em excesso e que venha a prejudicar seu semelhante.
Não é porque você bebe uma cerveja gelada ou um bom vinho que você irá queimar
no fogo do inferno. E essa história de que o vinho que a Bíblia relata não
'como o vinho de hoje' é outra balela. Vinho é vinho, em qualquer lugar e em
qualquer época. Ele é produzido pela fermentação da uva e tudo que fermenta,
produz álcool. É uma questão de química”.
Concordo com
a afirmação acima quando diz que muitos veem pecado em tudo. Realmente a
hipocrisia e a falsa santidade estão impregnando o meio cristão. Sua explicação
química também está correta. Não concordo, porém, com sua definição quanto ao
pecado. Gosto de pensar que pecado é desobediência aos ensinamentos de Deus, em
virtude de que Ele nos ama e quer o melhor para todos nós, e somente Ele sabe o
que é bom ou mau para suas criaturas, independentemente de sensações prazerosas
ou dolorosas.
O pecado não
prejudica apenas o nosso próximo. Aquele que peca é o mais atingido, a começar
pelo sentimento de culpa, o qual muitas vezes permanece no íntimo, deixando
cicatrizes psicológicas mesmo depois de ter sido lavado com o sangue de Cristo.
Que dizer de uma desobediência desequilibrada ao ponto de se embriagar e, a
partir daí, cometer várias tolices que afetarão a si, sua família e todos que
lhe cercam? Por isso minha afirmação de que a definição de pecado não é tão
simples como pensa o nosso amigo; claro que há exageros.
Lutero,
Calvino e muitos outros cristãos realmente bebiam. A questão é mais cultural e
regional que bíblica. Na Alemanha, por exemplo, o consumo do vinho já foi visto
como um sinal de conversão. O cristão bebe mesmo vinho de verdade na Alemanha e
em outras regiões do nosso planeta, e nem por isso receberão condenação eterna.
É mais fácil ficar fora do céu aquele que vê pecado em tudo que seu irmão faz,
mas o que ele faz quando ninguém está vendo não é pecado. Talvez você pense que
estas palavras pareçam contraditórias, mas são apenas paradoxais.
Não quero
aqui fazer nenhuma apologia à bebida, pelo contrário, só penso que não se pode
ser tão radical, ao ponto de não participar de coisa alguma para não se
misturar com os pecadores. Não é essa a orientação de Jesus, nem do apóstolo
Paulo; este diz que se fez de tudo para ganhar a todos. Por que não tomar um
cálice de vinho ou um copo de cerveja para ganhar os que apreciam uma boa
bebida regada a uma gostosa amizade? O motivo está na formação e informação
daquele que observa, este já tem a ideia fixa que o cristão, aquele que se diz
evangélico, não pode beber. Creio que na maioria das vezes você não pode nem
deve decepcioná-lo.
O segredo
está no equilíbrio. Quando falo em equilíbrio não quero dizer autossegurança
nem autoconfiança, pois temos que ter sempre em mente que dependemos de Deus
para tudo. Quando digo que é questão de cultura, devo lembrar que o Brasil
possui um número muito elevado de alcoólatras. Assim, o cuidado deve ser
redobrado, uma vez que, para esses, basta o primeiro gole para não querer mais
parar; para os alcoólatras, com certeza vai faltar equilíbrio. Esta é a razão
por que as igrejas proíbem que seus membros bebam (não a Bíblia). No Brasil, as
igrejas evangélicas pretendem cortar o mal pela raiz. Alguém de bom senso se
posicionaria contra essa decisão? Acredito que não, mas tenho minhas dúvidas.
Resumindo:
como a Bíblia não diz “não bebais”, mas “não vos embriagueis”, “não sejam
homens dados ao vinho”. Então, a questão está entre a sua consciência e Deus,
vai depender no nível de intimidade que você deseja manter com o Criador. Devo
alertar, porém, muito cuidado e bastante cautela, pois se resolver tomar uns
“tragos” em público, com certeza irá escandalizar muitos “santarrões” e pessoas
más informadas, assim como estou fazendo neste exato momento com esta postagem, pois sei que
nem todos entenderão esta mensagem. Todavia, se eu tivesse que dar a alguém um
breve conselho mais real e condizente com a nossa situação e realidade, eu
diria: - “Neste Natal, lembre-se do motivo verdadeiro de sua comemoração e dos
ensinamentos daquele que deve ser sempre lembrado (não só nesta data), não vos
embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”
(Efésios 5.18). O crente deve andar cheio do Espírito Santo e não de bebida
alcoólica.
Que Deus nos
abençoe e nos guarde.
Monteiro
Parabéns Tio!
ResponderExcluirMuito Bonito.
"O crente deve andar cheio do Espírito Santo e não de bebida alcoólica".
é Verdade!