19 – O fato de Deus, Todo-Poderoso, ter vindo a este mundo na forma
humana, por si só já é reduzir-se a quase nada. Agora imagine esse mesmo Deus,
que tudo pode, e tudo vê, sendo violentamente humilhado e brutalmente
crucificado por nossa causa e por nós mesmos, seres humanos insensatos e
impiedosos. Isso realmente aconteceu. Durante muito tempo era só o que se
falava no mundo de então, e ninguém, nem noticiário algum daquela época poderia
desmentir (ou desmitificar, como preferem alguns) esse episódio de extrema
ingratidão. O homem sem Deus é capaz de cometer as piores atrocidades para
defender seus interesses egoístas. Felizmente o nosso amoroso Criador, Juiz e
Redentor, também é capaz de fazer qualquer coisa para nos redimir. Isso Ele fez
e continua fazendo, creia ou não o homem. Foi por nós que Ele se destituiu de
toda a Sua glória e entregou a Sua própria vida para nos resgatar das mãos de
Satanás. Naquela cruz de tamanha humilhação, os demônios já “cantavam hinos de
vitórias”, mas Jesus Cristo venceu até mesmo a morte por nós, Ele ressuscitou,
e está vivo junto ao Pai, como nosso único e suficiente intercessor. “Porque eu
sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra”.
20 – A “lei da semeadura é divina”. Só podemos colher aquilo que
plantamos. Estamos sabendo educar os nossos filhos? Por que os jovens estão
praticando tantos atos reprováveis? Circulando pelas vias das cidades,
observamos inúmeras atitudes e cenas deploráveis, e algumas são lançadas
“garganta adentro” da sociedade por aqueles que elegemos nossos representantes.
Esses comportamentos, que Deus abomina, já não podemos sequer criticar, quanto
mais tentar corrigir. Paralelamente a essas ações, jovens são manipulados e
aliciados por marmanjos para a prática criminosa; isso quando os próprios
menores não encabeçam as operações. O Dr. Benjamin Spock defendeu a tese de que
não devemos bater em nossas crianças quando se comportam mal, porque
prejudicaríamos a autoestima e a personalidade em formação. Esse teórico sabia
o que falava. Mas quem apoia essa teoria não considera o fato de que o filho do
Dr. Spock cometeu suicídio, o que não diminui em nada a qualificação desse
especialista. Lógico que não devemos espancar as nossas crianças. Existem
várias maneiras de conduzirmos os pequeninos. “Educa a criança no caminho em
que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele”.
21 – Os cristãos não gostam de ser manipulados por serem cristãos.
Aliás, ninguém gosta. Mas é o que vem acontecendo desde sempre. Os crentes
estariam fartos e cansados de serem manipulados se não fosse o autocontrole, a
paciência, o amor e outros frutos que só quem tem o Espírito de Cristo consegue
desenvolver. Não é por não gostarmos da manipulação que vamos sair por aí
respondendo a tudo que nos acusam. Como diz um ditado popular, “quem não deve,
não teme”. Por que responder às injúrias se elas não são verdadeiras. Quem tem
fé em Deus (outro fruto do Espírito) espera nEle, não sai por aí “cuspindo
fogo”, tentando autodefender-se. A menos que tenha “culpa no cartório”, ou que
queira lucrar com a situação. Pedro argumentou muito bem sobre essa questão:
“Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus,
sofra agravos, padecendo injustamente. Porque, que glória será essa, se,
pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas se, fazendo o bem, sois afligidos e o
sofreis, isso é agradável a Deus. Porque para isto sois chamados; pois também
Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas
pisadas”.
22 – Há alguns dias, ao assistir a um jornal televisivo, fui
surpreendido por uma matéria que, para mim, se tornou uma piada. Era narrado o
absurdo de uma nova penitenciária que custará ao contribuinte três mil reais
diários por cada preso. O assunto estava sério e, ao mesmo tempo, decepcionante
e revoltante, mas, de repente, o narrador dirige-se a Deus, acusando-O e
repreendendo-O de ter feito o projeto. Cheguei a sentir a indignação de seu
coração. É incrível como até os ateus gostam de culpar Deus. Não creem em Deus,
mas toda mazela que acontece na sociedade, Ele é o principal responsável. Que
contradição! Eles descartam Deus de tudo, e não entendem porque o mundo caminha
para o inferno. As pessoas não entendem que o Senhor é tão Santo que não aprova
nenhuma dessas ações. Todos os ladrões, assassinos, estupradores e demais
escórias da sociedade seriam mortos por apedrejamento. No entanto, Deus é tão
misericordioso que sacrificou o Seu próprio Filho para perdoar todos os
pecadores arrependidos. “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos
de Deus por um pecador que se arrepende”.
23 – As pessoas creem em tudo que os jornais dizem, mas duvidam do que a
Bíblia diz. Existem diferenças e semelhanças entre a Bíblia e os jornais;
reflitamos em algumas: os jornais são escritos diariamente e a cada dia revelam
novos fatos, e as pessoas que podem refutar aquilo que é notícia ainda vivem. A
Bíblia foi escrita há muito tempo e seu conteúdo mantém-se estável, revelando o
Criador de todas as coisas, mas as pessoas que poderiam refutar o seu conteúdo
já não existem mais, o que não quer dizer que não puderam fazê-lo em momento
oportuno, pois assim como os jornais, a Bíblia já foi, e ainda é, notícia
atual. Os jornais de hoje, porém, jamais terão o mesmo valor ético e moral
daqui a dois mil anos como tem a Bíblia. Os jornais são expressões humanas
daqueles que os produzem, e estes o fazem por amor à profissão ou devido aos
merecidos incentivos adquiridos como resultado do trabalho realizado. A Bíblia
é a irrevogável expressão de Deus; aqueles que a produziram o fizeram por amor
a Deus e às pessoas, bem como pelas merecidas recompensas adquiridas como fruto
da fé em Deus. “... Onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se
alguém me servir, meu Pai o honrará”.
24 – O verdadeiro profeta, isto é, o verdadeiro discípulo de Jesus
Cristo é aquele que O imita. Quem não imita o Mestre não pode ser discípulo.
Será que o nosso Salvador, Aquele que diz “vinde a mim, todos que estais
cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” exigiria dízimos e ofertas dos
membros de Sua igreja? Evidente que não. Com certeza Ele ensinaria que essa é
uma ação voluntária, uma ação que deve ser feita quando o membro sentir
necessidade de colaborar na salvação de outras almas, e não para a construção
de palácios. Será que Aquele que, comparado a um passarinho, não tinha sequer
um ninho para repousar sua cabeça, beneficiar-se-ia da fé e da ingenuidade dos
pobres irmãos para aquisição de fazendas e palácios? É certo que Cristo nem
tocaria em dinheiro, mas teria um administrador que o repartisse entre os
pobres, que investisse no auxílio às comunidades carentes. Portanto, aqueles
que se dizem discípulos e profetas, mas que só falam em prosperidade, são todos
suspeitos. Acautelai-vos! “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm
até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por
seus frutos os conhecereis...”.
25 – Saber diferenciar um lobo disfarçado de ovelha de uma verdadeira
ovelha é um dos motivos pelo qual devemos nos aprofundar no conhecimento
bíblico. Lógico que existem outros motivos. “Então conheçamos, e prossigamos em
conhecer ao SENHOR”. Dada à importância de sabermos diferenciar um verdadeiro
mestre de outro falso é que enfatizamos a dádiva de conhecermos a Palavra de
Deus; pois, conhecendo-a, entendemos com mais clareza um pouco de Sua mente
infinita, e, desta forma, absorvemos com mais eficácia os Seus ensinamentos e,
consequentemente, não nos deixaremos enganar com facilidade. Portanto, conhecer
a vontade de Deus é de primordial importância para o cristão, porque o cristão
que não se aplica em conhecer a Palavra de Deus não se alimenta
espiritualmente, e aquele que não se alimenta definha-se, quer dizer, morre. E
um morto espiritual não pode ser um cristão, pois este tem o dom da vida em
Cristo Jesus por intermédio de Seu Espírito. “E disse-lhes Pedro:
arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para
perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”.
26 – As verdadeiras ovelhas de Cristo ouvem e conhecem a Sua voz. Elas
não andam perdidas por caminhos tortuosos, seguindo os passos dos falsos
pastores e falsos mestres. Por ouvirem a voz de Cristo, não se iludem com
falsas promessas nem com qualquer pasto, mas são conduzidas aos pastos
verdejantes, às águas tranquilas. As verdadeiras ovelhas de Cristo não se
iludem com este mundo passageiro, de momentos felizes e de tribulações, onde
são apenas peregrinas e forasteiras, mas seguem os passos do Senhor para uma
vida de eterna felicidade e paz constante. Quem, portanto, se dispõe a seguir
ao Bom Pastor, pertencendo ao Seu pasto, é templo do Espírito Santo, e como
tal, não se permite manchar nem transformar em covil de salteadores. Quem ouve
a voz de Cristo, por Sua influência, intercede e age em prol das pessoas
(ovelhas ou não). Quem é influenciado por Cristo não busca com exclusividade os
próprios interesses; não é perfeito, mas vive em constante transformação. “Mas
todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor,
somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do
Senhor”.
27 – O Senhor nos ensina por intermédio de Sua Palavra que o cristão
deve estar sempre firme na Rocha. O cristão não pode nem deve ser vacilante.
Ele não deve ser uma “Maria vai com as outras”, isto é, não deve deixar de ter
firmeza em suas decisões, não deve se deixar influenciar por ações
inconvenientes. O cristão precisa ter certeza quanto à sua própria salvação,
deve estar convicto de que Jesus Cristo é o único Salvador, que sem Ele não há
qualquer possibilidade de se chegar à presença do Pai em condição de santidade.
O servo de Cristo deve ter como meta seguir sempre os Seus ensinamentos, não
pode titubear, principalmente quando se trata das decisões relativas à
perpetuação de sua alma. A firmeza que o cristão deve ter diante de suas
decisões é mais um dos motivos pelo qual o verdadeiro cristão deve conhecer
perfeitamente a vontade de Deus, pois, conhecendo-se a Sua vontade, “apossa-se”
da mente de Cristo, a única que é perfeita, a qual ninguém pode convencer nem
induzir à prática do pecado. “Quem dentre vós me convence de pecado? E se vos
digo a verdade, por que não credes? Quem é de Deus escuta as palavras de
Deus...”.
28 – Aquele que toma a acertada decisão de seguir corretamente os
ensinamentos de Cristo certamente será alvo de observação. Será copiado,
invejado, escarnecido, criticado e até desdenhado. Mas todos notarão a
transformação que o Espírito de Cristo fará na vida de um cristão sincero.
Consequentemente, essa nova criatura (assim o Pai o considera), tornar-se-á um
líder de pequenos ou de grandes grupos. Todavia, é necessário muito cuidado no
sentido de se evitar que a vaidade e a arrogância “subam à cabeça”. O cristão
não deve ser líder por conveniência, não pode de forma alguma desejar ser um líder
para ser superior aos seus irmãos nem para conquistar um objetivo pessoal. A
transformação que Cristo faz em sua vida deve ser para servir ao seu irmão,
pois servir a Cristo é servir ao próximo. O Senhor doou a Sua própria vida e,
portanto, aquele que deseja segui-Lo deve imitá-Lo. “Porque eu vos dei o
exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade
vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do
que aquele que o enviou. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as
fizerdes”.
29 – Em hipótese alguma devemos minimizar Jesus Cristo. É tolice não
procurar entender quem Ele é. O nosso Senhor Jesus Cristo não é somente um
profeta, não é apenas um mero filósofo, tampouco um simples psicólogo. O nosso
Mestre não é um mestre qualquer, pois aos doze anos Ele já ensinava aos
doutores. O Filho de Deus não é um casual milagreiro, mas Alguém que fala
diretamente ao Pai, e o Pai O atende. Cristo não é uma pessoa especial que nos
ensina a viver, mas é o Criador que veio a este mundo criado mostrar às Suas
criaturas quem verdadeiramente é e o que espera delas. Jesus Cristo não é um
ser criado, mas o próprio Criador do universo, o Deus que se fez homem para que
pudéssemos compreendê-Lo, é o Deus-homem que deu Sua própria vida em resgate de
muitos. O nosso Salvador é tudo isso e muito mais; não é um ser iluminado, como
pensam alguns, mas é a própria Luz do mundo. “O qual, sendo o resplendor da sua
glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela
palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos
pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas”.
30 – As pessoas comumente buscam a Cristo por diversas razões. Quase
sempre querem mudar de vida; o que não é errado. Todavia, muitos têm em mente o
desejo de obter prosperidade, ou precisam de alguma cura para o corpo, ou
desejam recuperar a harmonia familiar, ou reconquistar um grande amor... De
fato, as motivações são muitas e quase todas recheadas de anseios egoístas.
Entretanto, o nosso Deus veio a este mundo com um único objetivo, a saber,
livrar o homem da condenação eterna, salvando-o para Sua própria adoração e
glorificação. Assim sendo, aquele que vem a Cristo deve examinar muito bem suas
motivações, procurando harmonizá-las consoante a vontade de Deus e o objetivo
real da entrega de Seu Filho, sem jamais esquecer que Ele vai voltar. “Porque o
mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta
de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que
ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar
o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto,
consolai-vos uns aos outros com estas palavras”.
31 – Quando as pessoas, equivocadamente, esperam por algo que Deus julga
como irrelevante, elas acabam por sofrer desilusão. Esperar por coisas que o
Senhor sabe que não nos convém, que não nos trará boas consequências, não é uma
decisão sábia. O ideal seria pedirmos e aguardarmos por algo que o Senhor sabe
que nos trará bons resultados, tanto no âmbito físico como no espiritual. Mas
não dispomos dessa informação. Daí surge uma questão: o que devemos pedir a
Deus, se nós não somos oniscientes, se jamais poderemos contemplar Sua plena
visão, se nunca saberemos sequer o que nos ocorrerá no dia seguinte? É verdade.
Por isso, jamais deveremos negociar com Deus, mas devemos lutar contra a
cobiça, porque esta nos faz sentir inveja dos que prosperam. O correto seria
entregarmos o nosso caminho ao Senhor. “Descansa no SENHOR, e espera nele; não
te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem
que executa astutos intentos. Deixa a ira, e abandona o furor; não te indignes
de forma alguma para fazer o mal. Porque os malfeitores serão desarraigados;
mas aqueles que esperam no SENHOR herdarão a terra”.
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