HISTÓRIA DA TEOLOGIA CRISTÃ - Parte 16



Ireneu Desmascara Heresias

Ireneu nasceu na Ásia Menor, provavelmente em Esmirna, por volta de 120. Foi instruído por Policarpo de Esmirna.

Em 177, o Imperador Marco Aurélio iniciou uma terrível perseguição aos cristãos do vale do Ródano. Os relatos dessa perseguição são aterrorizantes. A população desenvolveu métodos engenhosos e cruéis de matar os cristãos, como por exemplo, amontoá-los em pequenos quartos, fechando portas e janelas para que fossem sufocados lentamente. Outro método era costurá-los em peles frescas de animais e colocá-los ao sol para que morressem lentamente por asfixia.

Ireneu escapou da morte em virtude de ter sido enviado a Roma a fim de contestar as heresias que de lá chegavam até a região onde vivia. Depois de várias viagens a Roma, conquistou entre os cristãos a reputação de ser um homem versado em diplomacia e mediação.

Ireneu tornou-se bispo de Lião e arredores e dedicou boa parte de seu tempo e energia lutando contra a influência crescente do gnosticismo. Escreveu cinco volumes conhecidos como “Adversus Haereses” (Contra Heresia), escreveu ainda um resumo desses volumes: “Demonstração da Pregação Apostólica”, um pequeno manual de doutrina cristã, conhecido também por “Epideixis”.

Ireneu morreu em Lion durante um massacre de cristãos em 202. Nada se sabe com certeza a respeito da maneira como morreu, mas foi considerado mártir e santo tanto pelos cristãos de língua grega do lado oriental do Império Romano como pelos cristãos de língua latina do lado ocidental. Causou maior impacto teológico no oriente, onde nasceu.

Ireneu é personagem crucial na história da teologia cristã porque foi um agente que contribuiu para a derrota do gnosticismo e porque foi o primeiro pensador cristão que elaborou teorias compreensivas do pecado original e da redenção. Entretanto estava longe de ser um pensador especulativo. Não foi um teólogo filosófico, embora tenha ido além das palavras dos apóstolos para fornecer uma explicação apostólica compreensiva e coerente do pecado e da redenção com a finalidade de refutar o gnosticismo.

Quando dizemos que Ireneu contribuiu para a derrota do gnosticismo, não estamos afirmando que, de fato, este foi totalmente dizimado. Não se afirmaria isso de heresia alguma, porque elas nunca desaparecem definitivamente, e sempre haverá remanescentes ou surgirão outros que se levantarão para serem usados por Satanás na tentativa de confundir as pessoas em relação a Deus, ao sacrifício que Ele mesmo planejou e executou e a tudo mais que diz respeito à fé no Deus vivo. Na verdade, Ireneu apenas impediu que essa heresia se tornasse mais forte que as verdadeiras doutrinas bíblicas.

O gnosticismo ainda existe; agora com nova roupagem e mais abrangente. O gnosticismo moderno continua afastando aquelas pessoas que pensam que seus próprios méritos e conhecimentos os levarão de alguma forma a Deus; quando, na verdade, Jesus ensina que só existe um Caminho que nos conduz direto ao Pai: “Disse-lhe Jesus: eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14:6).

Que o Senhor nos abençoe e nos guarde.
Monteiro

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