Será transcrito adiante
um texto que considero relevante para nossa meditação, pode ser encontrado em “Boa
Semente 2010 – livro de meditações e compromissos devocionário de evangelização
e inspiração cristã” com o título “A Sinceridade é Suficiente?”. Em seguida,
farei um breve comentário, e espero que você também dê sua opinião. Se
preferir, não há necessidade de identificação, o importante é contribuir;
afinal, todos nós precisamos aprender uns com os outros.
Eu ainda consigo ver nosso velho professor
de história entrando na sala de aula com sua pasta lotada de papéis. Quando
falava sobre os ritos das religiões antigas sempre concluía a aula com as
seguintes palavras: “Como vocês podem perceber, se alguém é sincero, não
importa no que se crê”. Será que ele dizia isso para tranquilizar a própria consciência
do que para convencer seus estudantes?
Essas palavras me incomodavam quando era
jovem; agora me ofendem acima de tudo, pois expressam um erro grosseiro. A
sinceridade é importante e necessária, mas não é o suficiente. Uma pessoa pode
estar totalmente enganada apesar de sua sinceridade. Isso fica evidente na vida
diária. Alguns acreditam sinceramente que a verdade está sempre do lado da
maioria. Que engano! Saulo de Tarso cria que prestava um grande serviço a Deus
ao perseguir os primeiros cristãos. Que ilusão terrível!
Não duvidamos da sinceridade de nossos
leitores. Eles acreditam no ensino dos pais ou de seus líderes espirituais. Mas
você já examinou tais ensinos à luz da Bíblia? Queremos enfatizar aqui uma
passagem do livro santo: “O seu mandamento é este: que creiamos no nome de Seu
Filho Jesus Cristo” (1 João 3:23).
Querido leitor, o seu futuro depende de uma
fé genuína no Senhor Jesus, não da sua sinceridade nas crenças que você
escolheu ter, conforme a sua conveniência.
Quanto aos ritos, sejam
das religiões antigas ou das modernas, por mais esplendorosos e formais que
sejam, fazem parte de uma mesma categoria, à classe das invenções, pois não
passam de engenhosidades humanas. Jesus Cristo é o único rito verdadeiro, Ele
não é uma criação humana, mas uma iniciativa divina. Jesus é o único
“religare”, só Ele pode fazer a ligação entre o homem e Deus, Ele é o nosso
Pai, Amigo, Conselheiro, Sumo Sacerdote, Profeta, Rei, Salvador, e muito mais.
Concordo com o
comentário do autor em relação ao que dizia seu antigo mestre, “se alguém é
sincero não importa no que crê”. O homem responsável por fazer tanta gente boa
pensar devia ter mesmo esse conflito pessoal. E, para convencer-se, para confortar
seu coração e sua própria consciência, precisava repetir por diversas vezes aos
outros aquilo que nem ele mesmo tinha convicção. O fato de ele colocar para
fora as ideias que queria acreditar lhe causava certo conforto e uma sensação
de falsa segurança. Mas era tudo que ele precisava, afinal era
inteligentíssimo, independente e dominava todo o conhecimento da história da
antiguidade; acredito que além dos livros didáticos que lia, devia ter lido ainda
a Bíblia, o Alcorão e outros livros considerados sagrados, apenas para
confrontar com seu conhecimento. Infelizmente ele foi severamente iludido.
Espero que esse tal professor tenha tido a grata oportunidade de se encontrar com
Cristo; ainda em vida, lógico, pois enquanto há vida, há também esperança.
Por isso, não posso
concordar com o autor quando afirma que se sente ofendido com o que dizia seu
professor. Os erros dos outros não podem me ofender, no máximo eles me incomodam
e até podem me decepcionar. Isso porque consigo entender que também sou falho e
que não sou conhecedor de todas as coisas, além disso, antes de me aplicar em compreender
e ensinar sobre as coisas de Deus, não cria em Sua existência, foi Deus,
ouvindo as orações de outrem, quem mudou a minha mente e o meu proceder. Isso
também é possível que aconteça com o professor, bem como com qualquer outra pessoa
que seja apresentada a Deus em oração, pois a oração feita por um justo pode
muito em seus efeitos.
Sou plenamente
edificado quando olho para mim mesmo e vejo que não sou perfeito, e sei que as
pessoas também sabem que sou imperfeito, mas Deus me vê como se perfeito eu
fosse, pois para Deus o cristão é perfeito. Isso porque Ele olha para os
cristãos através de Cristo. Os discípulos de Jesus Cristo são justificados por
intermédio de Seu precioso sangue, e não meramente pela sinceridade.
De fato, precisamos ser
sinceros, mas a sinceridade não é suficiente, inclusive ela pode até matar. O
que precisamos é crer na pessoa certa, e não em uma religião. Religião alguma
pode salvar o homem. Só Cristo salva. O mesmo engano cometido por Saulo de
Tarso continua sendo perpetrado pelas pessoas que pensam que religião é uma
bandeira a ser defendida a qualquer custo. Não foi isso que Jesus ensinou,
entre muitas verdades, Ele disse: “quem crê em mim, ainda que esteja morto,
viverá”.
Ensinamos aquilo que
pensamos que aprendemos, mas nem tudo que aprendemos se configura na realidade;
o que não deve nos conduzir a condição de céticos, pelo contrário, devemos
procurar pela verdade até encontrá-la, e essa Verdade só pode ser encontrada à
luz da Bíblia, a viva e eficaz Palavra de Deus. Entretanto, devemos tomar
cuidado para não buscá-la em versículos isolados, como fazem alguns, mas em sua
integralidade. Só assim poderemos crer no Filho de Deus.
Se crer em Jesus Cristo
é um mandamento, então não temos outra opção, temos que crer. Do contrário,
seremos condenados: “o que não crê, já está condenado” (João 3:18). Tudo que
Deus ordena que façamos é possível de ser realizado pelo ser humano, não seria
sábio um Deus que mandasse fazer algo que fosse impossível de ser cumprido. O
que acontece é que, além daquelas pessoas que conscientemente adulteram os
mandamentos de Deus devido a interesses pessoais, muita gente confunde Suas ordens,
por ignorância, ou por conveniência.
A conveniência me
mantém no pecado e, consequentemente, na condenação. Se hoje estou indisposto e
não quero trabalhar, é fácil inventar uma desculpa e mentir para meu chefe,
pensando assim que estou levando vantagem. Assim como este, qualquer outro
pecado, eu cometo por questão de conveniência (ou por falta de amor). É
conveniente não crer em Cristo Jesus, pois dessa forma, não terei que me sentir
culpado por andar em caminhos tortuosos, os quais aos insensatos parecem
corretos. Vivo o momento que me é conveniente e não me preocupo com o futuro,
esqueço-me que estou aqui só de passagem, e que o eterno Criador não me fez
para ser destruído. Mas nada disso me interessa, o importante é que sou
sincero, não quero crer em Jesus Cristo. E daí?
É fato que somos os
únicos responsáveis por nós mesmos, e é fato também que Deus não nos forçará a cumprir
nada que não desejemos fazer, pois tudo que Ele planejou fazer para salvar o
homem, isso com certeza Ele fez. Cabe a nós, sinceramente, decidir aceitar ou
rejeitar. Portanto, sejamos cautelosos, pois a sinceridade, sem Jesus, pode
matar.
Que o Senhor nos
abençoe e nos guarde.
Monteiro
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