REFORMA



Uma reforma não acontece por acaso, nem de uma hora para outra, sempre há um processo a ser desenvolvido, e com a Reforma da Igreja não foi diferente. Muitos atos ilegais e prejudiciais ao Reino de Deus estavam se desenvolvendo já havia alguns séculos. Muitos homens de Deus colocaram seus pescoços a prêmio sem que algum êxito tenha sido claramente observado pelos olhos humanos, até que com Lutero foi diferente.

Não que Lutero fosse mais santo ou mais inteligente que os demais que lhe sucederam, mas porque havia interesses em outras áreas, além da religiosa. Lógico, Aquele que controla toda a história da humanidade sabia que aquele seria o momento mais apropriado. Como tudo na vida, e como já enunciado, a Reforma não se deu de uma hora para outra, pois, como a santidade de um salvo em Cristo, ela foi se desenvolvendo e se difundindo através dos séculos; evidentemente, com muita luta, pois sempre houve e sempre haverá potestades, visíveis e invisíveis, contrárias ao desenvolvimento da Igreja.

Normalmente aquele que inicia uma revolução não é tão radical como seus seguidores. E este é o caso dos seguidores de Lutero, os quais foram extremamente violentos, jogando fora dos templos imagens e outras representações simbólicas. A intenção de Lutero seria apenas abrir os olhos do Papa e das demais autoridades eclesiásticas, julgando, inocentemente, que estes não tinham conhecimento de todos os absurdos que estavam acontecendo.

Calvino também não teria intenção alguma de ser tão inflexível em relação à predestinação, pois quando escreveu, o fez para repudiar as práticas da Igreja Católica naquele momento histórico, a qual cobrava indulgências pela salvação das almas. Todavia, os seguidores de Calvino veem através dos tempos atribuindo tudo a Deus, a ideia que eles passam é que Deus permite vir ao mundo muitas pessoas já com o propósito de serem destruídas e outras para serem salvas. Evidente que Deus tem Seus planos e propósitos, mas Ele não é um déspota. Pelo contrário, Deus dá liberdade demais ao homem - fazemos esta observação sem criticar os atos divinos, mas enaltecendo Sua misericórdia.

Os Anabatistas, por outro lado, dão ênfase exagerada ao livre-arbítrio. Creio que em tudo que se possa imaginar nesta vida, é necessário que haja equilíbrio, pois todo exagero conduz ao radicalismo, para não dizer equívoco. O rei da Inglaterra (Henrique VIII - Igreja Anglicana) não merece nem comentário, foi uma atitude egoísta, que, entretanto, Deus soube usar para também somar na concretização da Reforma religiosa, afinal ele enfrentou a autoridade papal.

Ainda há muito a ser comentado sobre a Reforma da Igreja, mas estas poucas palavras são suficientes para nos situarmos nessa ocorrência. O ideal seria não termos preferência por nenhuma ramificação, mas que saibamos aproveitar um pouco daquilo que é bom de cada uma delas. Se tivermos que escolher, que fiquemos com a Bíblia. Esta sim é a única regra de fé e prática; aquilo que não está evidente em suas páginas é melhor esperar para ver.

Se nos perguntarem se há predestinação, afirmemos que existe sim. Confirmemos também como verdadeiro o fato de haver livre-arbítrio, pois a Bíblia contém tudo isso e muito mais. Outra conclusão que se tira com esta explanação é que todos os ramos da Reforma são vulneráveis às críticas em algum aspecto. No entanto, os movimentos de Reforma trouxeram consideráveis avanços para uma real compreensão da vontade de Deus e, em conseqüência, uma correta divulgação do evangelho do Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Mesmo com todo este entendimento, ainda existem pessoas incautas, às quais estão sendo iludidas por um tipo de evangelho corrompido. O que nos leva a deduzir que precisamos de uma nova Reforma, mas como fazê-la? Dificilmente teríamos condições de concretizar uma nova revolução não só no sistema, mas também na mente das pessoas. É impraticável devido à diversidade de igrejas existentes e também de opiniões. Portanto, cabe-nos escolher para nós, e para nossos filhos, uma congregação que pregue um evangelho mais próximo possível da realidade bíblica (para isso temos que ler e entender a Bíblia). A pior escolha que poderíamos fazer seria vivermos sem adorar a Deus e sem comunhão com os irmãos.


Que Deus nos abençoe.
Monteiro

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