A SERPENTE DE BRONZE
“Então, partiram do monte Hor,
pelo caminho do mar Vermelho, a rodear a terra de Edom; porém a alma do povo
angustiou-se neste caminho. E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que
nos fizestes subir do Egito, para que morrêssemos neste deserto? Pois, aqui,
nem pão nem água há; e a nossa alma tem fastio deste pão tão vil. Então, o
SENHOR mandou entre o povo serpentes ardentes, que morderam o povo; e morreu
muito povo de Israel. Pelo que o povo veio a Moisés e disse: Havemos pecado,
porquanto temos falado contra o SENHOR e contra ti; ora ao SENHOR que tire de
nós estas serpentes. Então, Moisés orou pelo povo. E disse o SENHOR a Moisés:
Faze uma serpente ardente e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo
mordido que olhar para ela. E Moisés fez uma serpente de metal e pô-la sobre
uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguém, olhava para a serpente
de metal e ficava vivo” (Nm 21.4-9).
“Este [Ezequias, rei de Judá, a
exemplo do rei Davi, fez o que era reto aos olhos do Senhor] tirou os altos, e
quebrou as estátuas, e deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços a serpente de
metal que Moisés fizera, porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe
queimavam incenso e lhe chamavam Neustã” (2Rs 18.4).
É inacreditável como a maioria dos
seres humanos é incrédula. O povo hebreu, por exemplo, em suas caminhadas pelo
deserto em direção à terra prometida, passou por várias circunstâncias que os levou
fez murmurar contra Moisés e, indiretamente, contra Deus.
Apesar de esse povo ter
presenciado tudo que o Senhor realizou diante de seus próprios olhos,
continuavam incrédulos. Todos viram como o Senhor resgatou toda aquela massa
pelas mãos de um só homem, mesmo assim, continuavam incrédulos.
Aquelas pessoas presenciaram
todas as dez pragas lançadas contra o Egito do teimoso faraó (rio em sangue, rãs,
piolhos, moscas, morte dos animais, úlceras dolorosas, saraiva, nuvens de
gafanhotos, trevas e morte dos primogênitos); elas puderam assistir “de
camarote”, por assim dizer, quando o anjo da morte passou por sobre suas casas,
sem que nada lhes acontecesse, mas somente aos primogênitos egípcios, que não
estavam simbolicamente protegidos pelo sangue do Cordeiro; essas mesmas pessoas
atravessaram o Mar Vermelho a pés enxutos e nesse mesmo episódio olharam para
trás e contemplaram todo o exército inimigo sendo tragado pela força do mar que
se fechava sobre ele. E, mesmo assim, permaneceram incrédulas.
Essas pessoas se alimentavam com
o maná que descia do céu, e em certa ocasião foram livradas da morte por falta
de água, mas Deus saciou suas sedes com água que saiu milagrosamente da rocha;
receberam do próprio Deus as leis civis e religiosas, as ordenanças e os
mandamentos; elas tinham a companhia soberana de Deus por onde andavam, dando-lhes
segurança. Durante o calor do dia causticante do deserto, uma nuvem as protegia
e à noite escura e fria seus caminhos eram iluminados e aquecidos por iluminação
e calor de providência divina.
Resumindo esta história, aquele
povo também viu a terra se abrir e tragar uma família inteira de revoltosos. No
entanto, por incrível que pareça, mesmo assim, por mais que Moisés tentasse lhes
transmitir fé e esperança, elas continuavam incrédulas e rebeldes.
Na passagem bíblica exposta acima
é registrada mais uma das rebeliões do povo recém liberto da escravidão do
Egito contra Moisés e, consequentemente, contra o Senhor. Murmuravam exigindo
água e alimento, como se prover os meios necessários para a sobrevivência
humana fosse algo impossível para Deus, que durante toda a jornada não permitia
que nada lhes faltasse.
Aquele povo com síndrome de
escravidão precisava urgentemente ser tratado pelo Senhor, em virtude das consequências
que uma vida desregrada oferece. Por isso, ficaram tanto tempo no deserto,
andando praticamente em círculo, sem chegar a lugar algum. Já havia se passado
mais de quarenta anos. Todos os filhos de Israel já haviam chegado próximo à
terra prometida, mas por falta de confiança no Senhor, tiveram que peregrinar
pelo deserto por mais quarenta anos, até que toda aquela geração de incrédulos
fosse consumida, exceto Calebe e Josué.
Arão (irmão e porta-voz de Moisés)
acabara de entregar o sacerdócio de levita a seu filho Eleazar e, em seguida havia
morrido no monte Hor em consequência de, juntamente com Moisés, não ter
glorificado a Deus na ocasião em que o Senhor mandou que Moisés apenas tocasse
na rocha para fornecer água ao povo, e este a espancou de modo inconveniente.
Por isso, nem Moisés nem Arão, por determinação divina, poderiam entrar na terra
prometida; Moisés ainda chegou a contemplá-la, mas não lhe foi permitido
entrar.
Esta história nos leva a crer que
todas as pessoas devem passar pelo deserto da vida, para crescerem
espiritualmente e desenvolverem-se como pessoas íntegras em seu convívio
social. Algumas, infelizmente, permanecem durante toda a vida no deserto de
seus problemas e nunca aprendem a vencê-los ou superá-los, pois nunca permitem
que o Senhor as trate; outras, por questão de compromisso com a verdade, pelo
senso de humildade que possuem, entre outros atributos positivos, ficam por
pouco tempo, e logo são aprovadas e chegam com prontidão à terra prometida.
Desta forma, deduzem-se a
respeito de tal crescimento e tão almejada maturidade, que dependem da conduta que
os indivíduos tomam perante a sociedade e diante de Deus, pois quanto melhor a
formação da personalidade da criança no seio da família, melhor ela estará
preparada para enfrentar as frustrações e as vitórias que a vida lhe oferecerá.
De outra maneira, só nascendo de novo. Aliás, espiritualmente falando, todos
nós temos que nascer de novo (Jo 3.3) – palavras de Jesus Cristo.
No texto em destaque somos
informados de mais uma revolta carnal e imediatista. Aquelas pessoas só pensavam
no agora, não pensavam no amanhã, muito menos em suas descendências. Isto é o
que realmente se pode chamar de “síndrome de escravidão”, os filhos de Jacó estavam
acostumados a cumprir ordens em benefício de seus donos sem pestanejar. Tudo
que lhes era ordenado teria que ser cumprindo sem que eles se importassem com
as consequências futuras, pois tendo água e alimentos saborosos, a vida estava
plenamente realizada.
Assim pensavam, e assim agiam. Todavia,
o Senhor sempre deseja algo mais para Seus filhos, Ele quer dar vida em
abundância não apenas para um momento ou um tempo finito, mas quer abençoar a
geração presente daqueles que nEle creem e toda a sua descendência. Não vale a
pena se revoltar por pequenas causas, pois o cristão serve a um Deus tremendo,
imensamente maior que qualquer perturbação temporária. Jesus Cristo garante
vida abundante e eterna em Sua presença.
Como aquele povo estava em
tratamento e precisava de disciplina, Deus não poderia deixar de repreendê-lo
severamente, para que aprendesse e, o fato fosse registrado para que as futuras
gerações também aprendessem. Por isso, Deus permitiu que fossem atacados por
serpentes venenosas. Muitos morreram em consequência disso.
Continuaram a morrer até que os
que ainda restavam vivos puderam certificar-se da gravidade do pecado de
rebeldia, a fim de arrependerem-se de seus maus atos e admitir seus erros. Não
se defende obediência cega por parte de quem quer que seja, mas estava patente
que Moisés era um homem de Deus e que recebia ordem diretamente do Pai eterno.
Portanto, suas determinações eram as determinações de Deus.
Aquelas pessoas não tinham o que
temer nem duvidar. A situação, sem dúvida, tornava-se mais grave, porque não
eram informados por terceiros sobre as maravilhas que o Senhor fazia, mas eram
testemunhas oculares de tudo quando o Senhor realizava na presença de todos.
Aquele povo tinha uma vida de
experiência real na presença do Deus vivo. O que não quer dizer que os homens
de hoje não tenham experiências reais ou encontro com Deus, pois basta numa
simples percepção contemplar a si próprio, para entender que jamais teriam
condições de vir à vida sem a provisão do Criador. Muitos têm tido um real
encontro com Deus de diversas e particulares formas, e terminam por
arrependerem-se de seus pecados, garantindo assim o perdão.
Felizmente foi o que aconteceu
com aquele povo. Depois de arrependidos e convictos do erro cometido, os
hebreus pediram socorro a Moisés. Admitir o erro é o primeiro passo para que
uma pessoa alcance a graça do Senhor, ou seja, para receber o perdão e todas as
demais bênçãos que acompanham o homem de coração contrito, este deve confessar
ao Senhor e Salvador Jesus Cristo sua culpa; o homem deve admitir que é um pecador
e que sozinho jamais se verá livre de suas culpas, só assim conseguirá obter
perdão de seus pecados. E depois de ter seus pecados perdoados deve lutar para
não mais repeti-los. Sabe-se que não é fácil vencer essa batalha, por isso, há
necessidade de caminhar sempre na dependência do Espírito Santo de Deus.
Moisés mais uma vez intercedeu em
favor do povo; ele conversa com Deus e pede perdão pelas transgressões de todos
aqueles rebeldes. Este é o papel de todo cristão, não importando o que seu
semelhante tenha praticado. O cristão deve estar sempre pronto para perdoar e
para interceder junto ao Pai, em nome de Jesus Cristo. Assim fez Moisés, e Deus
ouviu suas preces e providenciou a cura contra o mal.
Então o Senhor mandou que Moisés
providenciasse uma serpente de metal e fosse exposta à vista de todos. Moisés
fez conforme o Senhor ordenou, confeccionou uma serpente de bronze e a colocou
no alto, em um mastro, para que todo aquele que olhasse para aquela imagem com
fé em Deus, pudesse contemplar Cristo na cruz sendo oferecido em sacrifício na
plenitude dos tempos (não em um momento histórico), levando sobre si todas as
enfermidades e todos os pecados da humanidade.
Ao contemplar aquela “cruz”, que
representava Jesus Cristo crucificado, isto é, um tipo da cruz do Calvário, qualquer
pessoa, que a olhasse com fé, ficaria imediatamente curada, como acontece com
quem olha para Cristo. Fato necessário, tendo em vista que tal povo ainda
estava sendo ministrado por Deus. Aquelas pessoas acostumadas com deuses pagãos
e visíveis no Egito não faziam ideia de um Deus Espírito (invisível ao olho
humano). Contudo, com o advento de Cristo tudo foi consumado, e Ele ensinou que
os verdadeiros adoradores devem adorar o Pai em espírito e em verdade (Jo 4.23,
24).
Como aquela imagem era uma representação,
uma tipologia de Cristo (Jo 3.14), o homem não deveria idolatrá-la, pois Deus
proíbe qualquer reverência a objetos feitos pelas mãos de homens. Deus não
divide a Sua glória, nada pode substituir a Sua presença em nossas vidas.
Notemos que o contexto bíblico
proíbe esse tipo de idolatria ou de veneração a objetos de qualquer procedência
(ler Êxodo 20.4). Por isso Deus aprovou a ação do rei Ezequias em derribar
aquela haste com a serpente, conforme narrado no texto referenciado.
Aquele símbolo fez-se ídolo por
mais de setecentos anos. Por isso, as oposições ao rei Ezequias não foram
poucas. A classe sacerdotal tinha a serpente como um objeto sagrado; os
príncipes olhavam-na como relíquia de um glorioso passado; e o povo, em sua
ignorância, devotava-lhe singular estima, pois nela todos viam uma divindade.
As pessoas deveriam tão somente
olhar para uma imagem que representava o poder de absorver as doenças e
absolver o pecador de seus pecados. Jesus na cruz é o antítipo, é para Ele que devemos
olhar, pois quem olha para Cristo não morre. Ele disse: “Eu sou a ressurreição
e a vida, aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo 11:25). Não
importa se as pessoas estão contaminadas com o que quer que seja, com veneno
mortífero, com o fermento do pecado ou condenado à morte, pois quem crê no
Senhor Jesus tem a vida eterna. E não há nada que possa separar o homem do amor
de Cristo, nem tribulação, nem a angústia, nem a perseguição, nem a fome, nem a
nudez, nem o perigo, nem a espada (Rm 8.35).
Não importa o que esteja lhe
afetando, olhe para a cruz de Cristo. Não permita angústia em sua vida, nem que
as tribulações lhe afastem do amor de Cristo. Por mais que você esteja
atravessando um deserto, em meio às perseguições naturais e espirituais, a
presença do Senhor nunca é descartada, porque por mais que sejamos infiéis, Ele
é fiel para cumprir todas as Suas promessas.
Que os homens de hoje possam
imitar os heróis do passado, que mesmo enfrentando espada e morte, jamais
sucumbiram, quanto mais eram martirizados, mais vidas eram acrescentadas ao
número de salvos. Olhai para cima, porque a vossa redenção está próxima (Lc
21.28). É imprescindível que o povo de Deus saiba que “coisas” não transformam
vidas, nem trazem bênçãos, não afastam as maldições, nem purificam os lares e,
principalmente, não salvam.
Que Deus nos abençoe.
Monteiro
Há um dito popular que diz: "O que os olhos não vêem o coração não sente".
ResponderExcluirestamos aprisionados neste corpo, e através dos sentidos e que percebemos isto.
Ao comermos alguma coisa, a princípio pensamos estar usando um só sentido, no entanto ao analisarmos mais detidamente nós perceberemos o seguinte: Primeiramente olhamos e o prato pode ser agradável ou não, se for agradável pegamos e o levamos à boca, antes de chegar no destino, ele passa pelo controle de qualidade do olfato, ao tocar a língua, sentimos o sabor do alimento. A audição por sua vez também está envolvida no ato, escutando o mastigar do seu almoço ou jantar.
Percebemos então que num mero ato mecânico, todo o nosso ser esta envolvido. Deduzimos então que o corpo está preso aos sentidos muito embora isso seja um mero instinto.
Ao análisarmos o pecado temos que nos reportar a esfera da razão. O pecado e fruto de uma escolha errada, dentro do nosso cabedal de conhecimento a respeito da verdade envolvida no ato em sí. "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos Libertará". Este versículo mostra o quanto nos estamos cegos, muitas das vezes por estarmos envovidos em problemas, não conseguimos ver o problema muito menos a solução para tal. No entanto ao sermos avisados de tal ai sim a solução está a caminho.
Deeus é a solução para todos os nossos problemas!
Um abraço do seu mano,
Pr. Cezar Souza